Sirius Shuttle

Introdução à transferência automática de registos

Sirius Shuttle é um sistema de transferência automática de registos bibliográficos entre catálogos Sirius. Com este produto é possível sincronizar duas bases bibliográficas em computadores diferentes através da Internet, usando protocolos normalizados. A sincronização pode ser completa, criando uma réplica, ou parcial, reproduzindo no segundo sistema um subconjunto da base principal.

Com esta ferramenta os catálogos colectivos podem ser disseminados por bases parciais que são mantidas sempre sincronizadas. É igualmente possível criar relações mais complexas e sofisticadas em que um catálogo bibliográfico é alimentado por vários catálogos principais. Por exemplo, com o Sirius Shuttle pode ser criada uma base bibliográfica especializada num assunto, através da transferência das referências relevantes a partir de vários catálogos de âmbito geral.

A especificação de quais os registos a transferir entre as duas bases é feita de modo similar à especificação de uma pesquisa bibliográfica normal. Pode, assim, ser muito simples (um termo de pesquisa ou uma biblioteca num catálogo colectivo) ou muito complexa (com expressões booeanas sobre os registos bibliográficos). Em qualquer dos casos o Sirius Shuttle só transfere os registos introduzidos ou alterados desde a última sincronização, evitando o gasto inútil de recursos informáticos e tempo de comunicação.

Conceitos: Sirius Estrela, Sirius Satélite e Sirius Shutle

A utilização do Sirius Shuttle envolve pelo menos dois sistemas Sirius: o fornecedor, designado por "Estrela" e o receptor designado por "Satélite". Cada sistema Sirius posterior à versão 2.5 pode assumir funções de Estrela e/ou Satélite. Quando referimos um sistema bibliográfico como "Sirius Estrela" significa apenas que no contexto em causa esse Sirius está a fornecer registos. Do momento modo quando referimos um sistema como sendo o "Sirius Satélite" isso signiica que se trata do Sirius que recebe os registos oriundos do "Sirius Estrela".

Existe uma versão simplificada e mais acessível do Sirius que exerce simplesmente funções de Satélite, só aceitando registos a partir de um Sirius Estrela (não importando por isso a partir de Isis ou de sistemas similares). Esta versão, designada por "Sirius Satellite", é particularmente atraente para as bibliotecas que introduzem os seus registos num catálogo colectivo e desejam ao mesmo tempo ter uma cópia local da sua base.

Sirius Shuttle é um programa novo, independente dos catálogos bibliográficos Sirius, que é responsável por efectuar a transferência entre dois sistemas, transferindo os registos da "Estrela" para o "Satélite". O Sirius Shuttle efectua as suas tarefas através da Internet, usando protocolos normalizados. Não necessita de estar instalado nas máquinas com os catálogos envolvidos na transferência, podendo perfeitamente estar num vulgar computador pessoal de trabalho com o sistema Windows.

Cada Sirius Shuttle pode ter a seu cargo várias tarefas distintas de sincronização envolvendo vários sistemas estrelas e vários satélites. Essas tarefas podem ser executadas directamente a pedido do administrador do sistema ou de forma automática, pré-programando a frequência e hora do dia em que devem ocorrer.

Conceitos: autorizações e modelo de segurança

Para efectuar a sincronização é necessário que tanto o Sirius Estrela como o Sirius Satélite autorizem a transferência.

Do lado do Sirius Estrela o administrador do sistema tem de autorizar a utilização do catálogo bibliográfico para esse efeito. Essa autorização pode ser feita em termos gerais, autorizando a recolha de registos a qualquer Satélite, eventualmente limitando essas operações a determinadas horas do dia em que não sobrecarreguem o sistema, ou pode ser concedida em termos restritivos apenas a determinados Satélites com a especificação adicional do tipo de registos que podem transferir.

É importante perceber que as autorizações concedidas pelo administrador do Sirius Estrela estão ligadas a Sirius Satélites específicos instalados em computadores específicos. Cada Satélite que contacta uma Estrela, através do SiriusShutle, é identificado e determinado o computador onde está instalado, procedendo-se à verificação se está ou não devidamente autorizado. O administrador de um Sirius Estrela que concede autorização a uma biblioteca para copiar os seus registos da base comum, faz uma concessão para um computador destino específico e tem a garantia que outros computadores não poderão usufruir do mesmo direito.

Para além da autorização de recolher registos no Sirius Estrela é necessário ao SiriusShuttle ter autorização do Satélite para actualizar a respectiva base de dados. É por isso necessário introduzir a palavra chave de administração do Satélite para efectuar a transferência.

Neste modelo de segurança a transferência só pode ser feita por alguém com o seguinte perfil:

É a pessoa responsável pelo Satélite e por isso possui a palavra chave de administração que lhe dá a possibilidade de introduzir registos na base.
Obteve autorização do responsável pelo Sirius Estrela para efectuar a recolha de registos para o seu Satélite. Essa autorização pode ter sido condicionada pelo Administrador do Sirius Estrela a determinados períodos e/ou a registos com determinadas características.

As circunstâncias em que a transferência não é possível são as seguintes:

O administrador da Estrela não pode, por si só, desencadear um transferência porque não possui as palavras chave dos Satélites. Alguém que obteve acesso ao SiriusShuttle e possui um Sirius não autorizado pela Estrela não consegue fazer transferências porque o Sirius Estrela reconhece a localização na rede dos Sirius devidamente autorizados. Alguém que possui um Sirius Satélite e pretende extrair registos diferentes daqueles que foi autorizado pelo administrador da Estrela. Alguém que possui um Sirius Satelite devidamente autorizado mas tenta fazer a transferência fora do horário que lhe foi atribuído.

Modelos de utilização

A BookMARC desenhou este sistema de forma a que a sua utilização possa ser enquadrada em vários modelos, respondendo a necessidades e constrangimentos de diferentes formatos de organização. De seguida apresentamos algumas arquitecturas que correspondem a alguns casos típicos. Outras situações podem ser criadas alterando ou combinando as aqui descritas.

Modelo hierárquico de catalogação centralizada

Esta arquitectura corresponde à situação em que um conjunto de bibliotecas cataloga num sistema central mas onde é desejável, por razões de eficiência ou de parametrização específica, existirem cópias locais dos registos de cada biblioteca.

Neste caso o Sirius Estrela é um sistema que incorpora o catálogo colectivo (eventualmente sincronizado com um outro sistema de catalogação). Os Sirius Satélites são sistemas colocados nas redes locais das bibliotecas que alimentam o sistema central. Podem existir níveis intermédios de transferência para optimizar os processos e criar vários níveis de catálogos progressivamente mais específicos a partir do catálogo geral.

Modelo Hierárquico

Neste modelo a transferência de informação processa-se de um nível superior para outro inferior, como uma cascata. Cada Satélite recebe informação de apenas uma Estrela. Os catálogos de nível inferior são, tipicamente, de uma versão própria para recolher informação bibliográfica através desta via: Sirius Satellite. Cada Sirius Shuttle que executa a transferência está do lado dos satélites.

Na imagem, o catálogo A exporta para os de nível imediatamente inferior, através da acção de um Sirius Shuttle, os registos relevantes. O catálogo B2 reexporta esta informação para outros dois catálogos inferiores, C1 e C2. Como são de versão Sirius Satellite, os catálogos de nível B e C não têm capacidade para produzir autonomamente informação bibliográfica: antes dependem do catálogo do nível A para a informação que disponibilizam aos seus utilizadores, de forma directa (os de nível B) ou indirecta (os de nível C). Como se depreende do esquema, mesmo Sirius Satélites têm capacidade de exportação de dados.

Este modelo, na sua forma mais pura, adequa-se à situações em que existe um catálogo colectivo centralizado, produzido por uma entidade central ou em esquema de cooperação, e que incorpora fundos originários de entidades departamentais, de vários níveis (por exemplo, na relação que pode existir entre uma biblioteca central universitária, as bibliotecas das faculdades ou departamentos, e as de institutos e outras unidades de investigação).

Modelo em Rede

Existem circunstâncias em que se deseje que um Satélite seja alimentado por várias Estrelas. Nessa arquitectura é construída uma nova base por combinação total ou parcial dos registos de várias bases existentes. Uma aplicação típica é a construção de um catálogo temático a partir da pesquisa do mesmo assunto, ou código CDU em vários catálogos Sirius.

Modelo em Rede
Modelo em parceria

Neste modelo o transporte de informação bibliográfica faz-se entre dois catálogos que se encontram ao mesmo nível e que trocam informação através de dois sistemas Sirius Shuttle, colocado cada um do seu lado da via. Este modelo permite a duas ou mais bibliotecas criarem um catálogo comum sem que exista um versão central do mesmo. Isso pode ser útil se as bibliotecas estiverem afastadas e quiserem minimizar os tempos de utilização da rede ou não for conveniente a criação e manutenção de um sistema central. Com os SiriusShuttle cria-se uma cópia do catálogo comum em cada local, utilizando apenas o acesso à rede em períodos curtos para transferência de actualizações.

Os catálogos A1 e A2 trocam informação entre si: como todos os catálogos Sirius integram as funções de satélite (mesmo que sejam Sirius standard) podem receber informação de outro Sirius fornecedor através de um Sirius Shuttle.

O que é exportado? Quem pode desencadear uma exportação?

A definição do que é exportado cabe sempre ao catálogo Sirius fornecedor (em qualquer modelo, em qualquer nível). Pode definir políticas extremamente restritivas (obrigando ao registo prévio de cada um dos seus satélites e determinando, através de um termo de pesquisa particular a cada um, o que podem extrair do catálogo fornecedor); pode ter uma política mais aberta, autorizando um conjunto de catálogos Sirius colocados sob um determinado domínio IP; pode, finalmente, definir uma política completamente liberal autorizando a exportação completa por qualquer catálogo Sirius que lhe peça autorização para exportação de registos. A administração do Sirius fornecedor pode ainda designar os períodos a exportação pode ocorrer, de forma a evitar conflitos com os utilizadores habituais do catálogo (por exemplo, pode estipular que as exportações só podem ser feitas aos domingos de manhã, entre as 0 e as 8 horas).

Apenas Sirius Shuttles estão autorizados a realizar o transporte entre dois catálogos Sirius, nas condições descritas acima. O transporte pode ser comandado de forma interactiva, ou pode ser executado automaticamente pelo sistema operativo, em dia e hora definível pelo utilizador, de forma a adequar o horário de execução às restrições cronológicas impostas pelo sistema fornecedor.

Se pretender mais informação sobre o Sirius Shuttle enviar email para info@bookmarc.pt